Finalmente consegui assistir Margarita, a nova novela/série criada por Cris Morena, que já conhecemos por grandes sucessos como Chiquititas, Rebelde e Quase Anjos.
A história é uma continuação de Floricienta, novela muito famosa na Argentina e que muitos brasileiros devem conhecer pela adaptação Floribella (2005). Se nunca ouviram falar, vale a pena procurar, pois foi um verdadeiro fenômeno na época.
Quando assisti aos primeiros trailers de Margarita, fiquei surpreso e um pouco chocado ao perceber que não há qualquer diversidade racial no elenco principal. Isso me pareceu muito contraditório, já que a série parece girar em torno da ideia de "ser diferente e se destacar no meio de todos".
Embora esse não seja exatamente o foco principal da trama, essa mensagem está presente.
Comentei esse ponto com amigas que acompanham produções juvenis, principalmente argentinas, e elas me disseram que isso já é algo comum nas séries da Cris Morena, o que realmente me decepcionou.
Confesso que nunca tinha prestado muita atenção nisso nas séries anteriores, mas depois de fazer uma pequena pesquisa, percebi que essa falta de representatividade é um problema recorrente nas produções dela há anos.
Ainda assim, estamos em 2024 e uma série continua seguindo esse modelo? Isso é algo problemático.
Mas não quero colocar toda a culpa apenas na Cris Morena.
A Argentina, de forma geral, tem um histórico complicado quando se trata de diversidade racial nas suas produções televisivas, especialmente as juvenis.
Um dos poucos exemplos de alguma inclusão aconteceu durante a produção de Violetta, da Disney, que teve um personagem negro no elenco.
Talvez seja por isso que agora entenda melhor a letra da música Ser Mejor de Violetta, que diz "Ya no hay razas..." –parece mais uma aspiração do que seja realidade na Argentina.
Margarita já foi dublada para português brasileiro, mas não há previsão de lançamento no Brasil.
Consegui assistir ao primeiro episódio dublado usando uma VPN, e a qualidade da dublagem deixou bastante a desejar, algo que não é novidade nas produções da Max.
Apesar de todos esses pontos, a série em si é muito bem produzida. A história é leve, envolvente e tem o toque característico das produções da Cris Morena, que sabe como criar tramas cativantes para o público jovem.
Talvez Margarita seja uma das melhores produções dela, mas a falta de diversidade no elenco é uma falha que não pode ser ignorada. Além disso, surpreende que a Max, que está distribuindo a série, não tenha dado atenção a essa questão tão importante.
No ano passado, Cris lançou outra série chamada Te Quiero y Me Duele, que trouxe um pouco mais de diversidade no elenco, mas acabou não tendo muito sucesso.
Apesar de rumores de uma possível renovação para uma segunda temporada, duvido que isso aconteça, já que até a própria Cris parece querer esquecer a existência dessa série.
Como Margarita ainda não está disponível oficialmente no Brasil, estou recorrendo a algumas "gambiarras" para acompanhar a exibição pela Telefe.
Em breve, compartilharei mais opiniões sobre a série e também sobre sua trilha sonora, que promete ser um dos pontos fortes da produção.
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